Soure reafirma total oposição ao caulino

Soure reafirma total oposição ao caulino

A Câmara de Soure reiterou esta segunda-feira que rejeita a prospeção e pesquisa de caulino a céu aberto no concelho e anunciou que está a preparar uma contestação jurídico-administrativa ao processo: “Reafirmamos a nossa total oposição, também acompanhada de indignação, a este abuso da autoridade do Estado perante três pareceres desfavoráveis que já demos”, disse o presidente da Câmara Municipal, Mário Jorge Nunes, à agência Lusa.

Em 2019, 2021 e 2022, a autarquia, no distrito de Coimbra, pronunciou-se contra a prospeção e pesquisa de caulinos, em sintonia com a contestação popular promovida, designadamente, pelo recém-criado Movimento Contra a Exploração de Caulinos no concelho, que lançou uma petição com esse objetivo na internet.

No dia 22 de agosto, numa sessão em que o movimento se fez representar, a Assembleia Municipal, liderada pelo antigo presidente da Câmara João Gouveia, aprovou por unanimidade uma moção em que critica a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) por ter licenciado os trabalhos preliminares da Clariant Iberica Producción, candidata à exploração do minério numa área de 6,2 Km2, no concelho e em parte da freguesia da Ega, no município vizinho de Condeixa-a-Nova.

“Estamos contra o contrato que a DGEG assinou com esta empresa espanhola. Sentimo-nos ofendidos e estamos a preparar uma contestação forte”, afirmou esta segunda-feira Mário Jorge Nunes.

O autarca do PS, reconhecendo que o parecer do município não é vinculativo, disse que, entretanto, o executivo local “desencadeou uma série de ações do ponto de vista administrativo” para travar o processo.

Os grupos de cidadãos que contestam a extração de caulino em Soure “estão a ter uma forte adesão”, salientou.

Há cerca de 10 anos, ante a pressão das populações e da Câmara Municipal, o Estado já tinha desistido de um pedido idêntico para a prospeção e pesquisa de caulino, recordou Mário Jorge Nunes, realçando que essa pretensão era para um território de 20 Km2, tendo o pedido baixado depois para 6,2 Km2: “A prospeção e a pesquisa são a antecâmara do direito de exploração e nós queremos travar isso mesmo”, sublinhou o presidente da Câmara de Soure.

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