
Três comunidades intermunicipais opõem-se à instalação da central fotovoltaica flutuante na Albufeira do Cabril
As Comunidades Intermunicipais da Região de Leiria, Região de Coimbra e da Beira Baixa, que representam 37 municípios da Região Centro, manifestam oposição à instalação da central fotovoltaica flutuante projetada para a albufeira do Cabril, abrangendo os concelhos de Pedrógão Grande, Pampilhosa da Serra e Sertã.
O projeto, promovido pela empresa Voltalia, contempla a instalação de mais de 82 mil painéis solares numa área de 33,97 hectares, com infraestrutura associada que se estende a outros concelhos vizinhos.
“Apesar de seu enquadramento como um projeto de energia renovável, levanta graves preocupações ambientais, sociais, económicas e legais”, consideram as comunidades intermunicipais, em comunicado.
Entre as razões para a oposição ao projeto, destacam: os impactos ambientais, argumentando que a estrutura flutuante “afetará ecossistemas aquáticos sensíveis, perturbando a fauna, flora e a qualidade da água da albufeira” e consideram que “haverá uma degradação paisagística irreversível, com prejuízo para o valor turístico e natural da região”.
Em termos económicos, lembram que atividades locais como a pesca desportiva, turismo e desportos náuticos “serão comprometidas, afetando a economia e o bem-estar da população”. Além disso, afiançam que “a central limita o acesso da aviação de combate a incêndios à albufeira, agravando o risco em regiões com histórico de incêndios florestais”.
Por fim, salientam que o projeto viola princípios fundamentais do Direito Ambiental, como o princípio da precaução e da participação pública. “A falta de consulta prévia às comunidades e municípios constitui uma infração ao regime legal de avaliação de impacte ambiental”, criticam, lembrando que “existe incompatibilidade com os instrumentos de ordenamento do território, como o Plano de Ordenamento das Albufeiras (POA) do Cabril”.