
União Europeia apresenta plano para cortar dependência energética da Rússia
A Comissão Europeia anunciou, esta terça-feira, o lançamento de um Roteiro que visa eliminar progressivamente as importações de gás, petróleo e energia nuclear russos, assegurando simultaneamente a estabilidade do fornecimento e dos preços no mercado energético da União Europeia. O plano surge no contexto da invasão da Ucrânia pela Rússia, que expôs os riscos da dependência europeia dos combustíveis fósseis russos.
De acordo com um comunicado da Comissão Europeia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sublinhou que "a guerra na Ucrânia expôs brutalmente os riscos de chantagem, coerção económica e choques de preços". No entanto, afirmou que, com o REPowerEU, a União Europeia já reduziu drasticamente sua dependência da Rússia e que é o momento de "cortar completamente os laços energéticos com um fornecedor pouco fiável".
O Roteiro prevê a eliminação gradual das importações russas, com o objetivo de cortar até 100 mil milhões de metros cúbicos de gás natural até 2030, reduzindo ainda a procura por gás em 40-50 mil milhões de metros cúbicos até 2027. Além disso, a Comissão Europeia garantiu que o aumento da capacidade de GNL será suficiente para suprir a crescente procura energética até 2028.
As medidas, que serão implementadas de forma coordenada com os Estados-Membros, incluem também a proibição de novos contratos com fornecedores russos de gás e uma série de restrições ao fornecimento de urânio enriquecido para a energia nuclear. A Comissão propôs ainda novas ações para lidar com o transporte de petróleo russo através de frotas de "fantasmas" e reforçar a produção de radioisótopos médicos na União Europeia.
Este plano reforça o compromisso da UE em acelerar a transição energética e reduzir os riscos para a segurança do abastecimento energético, ao mesmo tempo que contribui para os objetivos de descarbonização e crescimento económico sustentável.