
ZERO defende inventário nacional das Zonas húmidas
No âmbito do Dia Mundial das Zonas Húmidas, que se celebrou este domingo, 2 de fevereiro, a associação ZERO, considera que as zonas húmidas continuam negligenciadas no âmbito das políticas públicas de conservação da natureza e que é necessário um inventário nacional das zonas húmidas.
Em comunicado, a ZERO refere que esta é "uma área da política pública de conservação da natureza que continua negligenciada" em Portugal e que é urgente um plano de mitigação dos efeitos das alterações climáticas nas zonas húmidas em geral.
“Ainda que Portugal tenha 132.487 hectares (ha) onde ocorrem zonas húmidas protegidos no âmbito dos 31 Sítios que foram designados para integrar a Convenção de Ramsar, a verdade é que, de acordo com a informação disponível, 13 dos 31 Sítios designados não possuem plano de gestão e não existe uma gestão efetiva”, alerta a associação.
A ZERO considera ainda que o aumento da agricultura intensiva nas áreas contíguas ameaça seriamente os habitats específicos das zonas húmidas e o abastecimento de água e destaca ainda a proliferação de espécies exóticas invasoras e os defeitos das alterações climáticas como ameaça.
Para a associação, é “particularmente incompreensível a situação da Região Autónoma Madeira”, pois, mais de 25 anos após a designação dos primeiros Sítios Ramsar portugueses, a Madeira ainda nem sequer indicou qualquer Sítio para designação no âmbito da Convenção de Ramsar.
Recorde-se que os pântanos, charcos, lagos, rios e pauis fazem parte das designadas zonas húmidas, importantes para a conservação da biodiversidade e para a regulação do clima, ameaçadas pela pressão humana ligada à utilização do território.