ZERO propõe campanha nacional de recolha de frigoríficos usados
No âmbito da celebração do Dia Internacional dos Resíduos Elétricos, que se celebra esta segunda-feira, 14 de outubro, a associação ZERO sugere ao Governo o lançamento de uma campanha nacional de rastreio, através de GPS, da recolha de frigoríficos usados, evitando que estes vão para sucata e os gases refrigerantes sejam libertados na atmosfera.
Segundo os últimos dados disponíveis (2022), Portugal apenas recolheu 20,5% dos equipamentos de regulação de temperatura (frigoríficos e ares condicionados) colocados no mercado nesse ano, lembra a associação.
Em comunicado, a ZERO refere que, no caso dos frigoríficos, a fraca recolha decorre essencialmente “do facto de os comerciantes não estarem a cumprir a legislação que obriga à recolha do frigorífico velho, quando entregam um novo, e ao seu encaminhamento para operadores licenciados para o tratamento destes resíduos”. Na maioria dos casos, “a empresa transportadora contratada pelos comerciantes para fazer a entrega dos frigoríficos novos faz a recolha dos velhos, mas não os encaminha para o destino legal, acabando por os vender a sucateiros ilegais, principalmente pelo valor económico do cobre contido nos motores”, acrescenta.
Tal “tem implicações ambientais, porque os gases de refrigeração, quando libertados para a atmosfera, são muito prejudiciais para o clima, porque têm um potencial de aumento global da temperatura muito superior ao do dióxido de carbono”.
Neste sentido, a ZERO apresenta duas propostas ao Governo: o lançamento de sistema de controle da recolha de frigoríficos velhos através de GPS e a criação de incentivo económico aos consumidores para a entrega dos frigoríficos usados.
Rui Berkemeier, membro do Conselho Geral da ZERO, considera que “se estas propostas forem aceites pelos Ministérios do Ambiente e da Economia, Portugal dará um passo muito grande no sentido de melhorar a gestão dos REEE e reduzir a emissão de gases de efeito de estufa que tanto têm prejudicado o clima”.