Eletricidade e desenvolvimento social

Eletricidade e desenvolvimento social

Quando se analisa o mix energético verificamos que a eletricidade apenas representa um quarto do total da energia consumida. Porém, a sua importância na sociedade é muito superior a este valor percentual.

A libertação das tarefas domésticas pelos equipamentos elétricos, a revolução da refrigeração na conservação dos alimentos e preservação dos medicamentos e o acesso a agua potável, são algumas das conquistas que têm moldado a sociedade desde a segunda guerra mundial. Justificam, só por si, que o nível de eletrificação de uma sociedade seja um indicador de desenvolvimento social. A transição energética e a digitalização vêm colocar a sua importância num nível superior.

Este novo paradigma será seguramente uma das variáveis mais importantes para o sucesso dos países. A recente reforma que o governo Inglês, em regra muito liberal, quer fazer intervindo na composição de preços e organização de mercados assim como a nacionalização da EDF pelo governo francês demonstra que os governos estão cientes desta importância. Portugal e Espanha empenharam-se, nas duas últimas décadas, num forte investimento em energias renováveis, como resposta às alterações climáticas, visando diminuir a dependência energética e tecnológica e industrializando os países com novas tecnologias essenciais para a transição energética.

Este esforço foi compensado já que o custo das tecnologias de conversão dos recursos renováveis diminuiu, proporcionando eletricidade mais barata que a de origem fóssil.

Foi neste contexto que se introduziu uma alteração no mercado grossista ibérico: Apenas parte do custo do gás é considerado na curva de oferta, com cerca de 40 €/MWh, sendo o restante pago integralmente na semana seguinte pelos comercializadores sem gerar défice. Este sistema reduz os lucros indevidos da venda da eletricidade de origem renovável e nuclear que verão o preço máximo reduzido ao intervalo de 120-170€/MWh, cerca de metade do preço que receberiam se o mecanismo não fosse introduzido, considerando os preços de gás do início de Agosto. Se a hidraulicidade aumentar este preço poderá ser bastante inferior.

A ERSE, visando esclarecer a visão injustificada e alarmista veiculada de forma pouco responsável por um representante de uma incumbente do setor, que lançou algum o pânico nos consumidores, já esclareceu e quantificou este novo mecanismo exemplificando as inegáveis vantagens para todos os consumidores.

Espera-se qua esta metodologia se mantenha e seja seguida por outros países da UE.

 

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