Necessidades de água

Necessidades de água

Foi recentemente apresentado no Conselho Nacional da Água um estudo sobre a “Avaliação das disponibilidades hídricas atuais e futuras”, realizado para a APA por uma equipa coordenada pelo Prof. Rodrigo Proença de Oliveira.

Trata-se de um estudo com grande profundidade e oportunidade, nestes tempos em que mais incertezas do que certezas existem sobre os efeitos das alterações climáticas tanto nas disponibilidades como nas necessidades de água. Os principais resultados deste trabalho incluem: i) um conjunto consistente de estimativas de disponibilidades de água, cobrindo Portugal e Espanha, com uma resolução especial adequada para a gestão da água, ii) cenários de disponibilidades futuras de água, decorrentes das alterações climáticas, iii) a espacialização da população, área de rega, cabeças de gado e número de aves, ao nível da massa de água, iv) as estimativas dos volumes captados e respetivos retornos, com identificação das origens de abastecimento, v) os valores do índice WEI+ quantificando o estado de escassez hídrica, vi) a plataforma de informação e de modelação operacional que permite o aperfeiçoamento das estimativas apresentadas, e vii) a identificação clara das lacunas e incertezas das disponibilidades e dos volumes de água captados.

Quanto a conclusões, o estudo destaca alguns factos preocupantes, como por exemplo a precipitação em Portugal e Espanha ter diminuído cerca de 15% nos últimos 20 anos, prevendo-se que diminua entre 10 a 25% até ao final do século. Por outro lado, nos últimos 20 anos a disponibilidade de água reduziu-se cerca de 20%.

Atualmente são captados em Portugal cerca de 6000 hm3/ano, excluindo os volumes utilizados nos aproveitamentos hidroeléctricos. A agricultura é responsável por 70% deste volume, seguindo-se o abastecimento à população (13%), a termoelectricidade (9%) e a indústria (6%).

Identificam-se ainda alguns desafios emergentes, como as lacunas de monitorização, o conhecimento mais aprofundado das dotações de rega, ou os volumes captados em massas de água superficiais e subterrâneas para utilização na rega e na atividade pecuária.

Comparando com estudos análogos levados a cabo há duas ou três dezenas de anos, verifica-se que o volume das necessidades de água totais, que é, como alguém referiu, o equivalente a cerca de duas albufeiras de Alqueva, se reduziu. Para esta redução poderá ter contribuído tanto o rigor da presente metodologia como também a melhoria da eficiência do uso da água nos diversos setores.

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