Quercus - 3 prioridades para melhorar o Ambiente para todos

Quercus - 3 prioridades para melhorar o Ambiente para todos

Em 2025, a Quercus celebra 40 anos de existência. Este ano foi também ano de eleições para os novos corpos sociais para o biénio 2025-2026, que se realizaram no dia 29 de março.

Num cenário de grandes desafios, a vários níveis, que a nossa sociedade enfrenta, estes momentos marcantes na vida associativa são uma oportunidade renovada para reforçar o trabalho e missão da associação. Assim, destacamos 3 prioridades:

  • Conservação da Natureza
  • Acompanhamento de políticas públicas
  • Cooperação e parcerias

1. Conservação da Natureza

A Quercus, enquanto associação nacional de conservação da natureza, assumiu, desde a sua fundação, a defesa do território e da proteção ambiental como uma das suas prioridades centrais. Ao longo da sua história, a ação da associação foi moldada por diferentes contextos políticos, sociais e ecológicos. Atualmente, apesar dos avanços significativos ao nível da legislação ambiental em Portugal, assistimos, de forma paradoxal, a um enfraquecimento progressivo dos mecanismos de salvaguarda, com sinais claros de flexibilização e até perversão das normas que deveriam proteger o ambiente e o interesse público.

Na verdade, em nome da sua alegada proteção e de resposta à crise climática, a anunciada transição energética intensificou práticas destrutivas da Natureza e maior pressão na extração de recursos naturais. Práticas intensivas de produção, em particular na agricultura e produção florestal, setores com grande impacto na paisagem do nosso país, ocupando no seu conjunto cerca de 80% do território, têm também contribuído para a degradação do solo, perda de biodiversidade e a contaminação química pelos pesticidas e fertilizantes.

Este cenário espelha bem a trajetória insustentável.

São variados os projetos em curso na área da Conservação da Natureza na Quercus, sendo prioridade alargar ainda mais o âmbito e o impacto do trabalho desenvolvido, com maior envolvimento das comunidades. Um dos exemplos são intervenções colaborativas em espaços verdes urbanos para recuperação da biodiversidade autóctone e todos os serviços ecológicos associados. Deste modo, facilitamos a reconexão à Natureza e a resiliência das cidades, abordagens livres de herbicidas (outros pesticidas na manutenção dos espaços públicos) e mitigação a eventos meteorológicos severos.

2. Acompanhamento de políticas públicas

Os princípios da eficiência e da suficiência que preconizamos requerem coerência nas políticas setoriais e uma visão integrada para uma efetiva neutralidade climática.

Políticas florestais, nomeadamente recuperação pós-fogo e intervenção nas Faixas de Gestão de Combustível (FGC) que integre visão ecológica e conhecimento técnico-científico atualizado; Políticas agrícolas que integrem a natureza e maior incentivo à produção em modo biológico e regenerativa com soluções criativas e inovadoras, como a permacultura, agrofloresta e agricultura sintrópica; neste âmbito, importa também prestar atenção às reformas legislativas das sementes, OGM, e patentes, pelo impacto no mundo rural e riscos para a biodiversidade e agrobiodiversidade; Política da pesca e de conservação do oceano, como a criação de mais Áreas Marinhas Protegidas; Políticas de urbanismo e ambiente urbano, merecendo destaque a reversão da polémica lei dos solos (o Decreto-Lei n.º 117/2024, de 30 de dezembro, que estabeleceu um novo regime para a reclassificação de terrenos rústicos em urbanos); Políticas de transportes e energia, com maior investimento na ferrovia, e transição energética justa, com aposta na produção descentralizada.

Num tempo em que os desafios ambientais são cada vez mais complexos e urgentes, é essencial reforçar e dinamizar [...] parcerias, promovendo uma cultura de colaboração ativa entre diferentes setores da sociedade

3. Cooperação e parcerias

Ao longo da sua história, a Quercus tem vindo a estabelecer e a consolidar inúmeras parcerias com entidades públicas, empresas e organizações da sociedade civil. Estas ligações têm sido fundamentais para alargar o impacto do trabalho desenvolvido e para construir uma rede sólida em torno da conservação da natureza e da defesa do interesse público.

Num tempo em que os desafios ambientais são cada vez mais complexos e urgentes, é essencial reforçar e dinamizar estas parcerias, promovendo uma cultura de colaboração ativa entre diferentes setores da sociedade.

Neste contexto, destaca-se a importância da participação cidadã, não apenas como um direito, mas como um pilar da ação ambiental. Envolver as pessoas nas decisões que moldam o território, a qualidade de vida e o futuro do planeta é um ato de democracia e de responsabilidade partilhada.

Por isso, torna-se também essencial informar, capacitar e apoiar iniciativas que promovam uma participação verdadeiramente informada, que permita aos cidadãos e cidadãs fazer escolhas conscientes e assumir um papel ativo na construção de uma sociedade mais justa, ecológica e resiliente.

Temos a consciência de que só com trabalho conjunto, bem articulado e orientado para objetivos comuns, conseguiremos encontrar soluções eficazes e sustentáveis. Acreditamos que é através da escuta mútua, da cooperação e da mobilização da sociedade civil que se constrói uma resposta sólida e transformadora aos grandes desafios ambientais do nosso tempo.

Em resumo: estimular a criatividade, facilitar a aplicação e o conhecimento das Soluções Baseadas na Natureza (Nature Based Solutions), práticas regenerativas e ampliar parcerias e processos colaborativos na construção de decisões políticas estratégicas para o ambiente e preservação de biodiversidade, o bem-estar e justiça social são elementos-chave para reforçar o trabalho realizado e inspirar o trabalho futuro. Construindo uma cultura regenerativa.

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