
APREN defende transição energética "em paralelo" com "rede mais robusta"
A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) considerou esta terça-feira, em declarações à Lusa, que o apagão de segunda-feira mostrou que a transição energética deve ser feita em paralelo com a construção de uma rede mais robusta, interligada e avançada.
“A transição energética não pode ocorrer à margem de uma estratégia clara de investimento em rede elétrica de distribuição e transporte bem como em sistemas de armazenamento e flexibilidade do sistema elétrico", defendeu o presidente da APREN, Pedro Amaral Jorge, em declarações à Lusa.
Para a associação, a falha geral de eletricidade "mostrou que o caminho para um sistema elétrico mais limpo deve ser feito em paralelo com a construção de uma rede mais robusta, interligada e tecnologicamente avançada".
A APREN realçou que o objetivo de assegurar a soberania energética europeia "só pode ser alcançado com recurso a energia de fontes renováveis", defendendo três eixos fundamentais de atuação.
O primeiro, elencou, passa pelo reforço das interligações elétricas com a Europa, melhorando a conectividade entre os países, como "condição essencial para um sistema mais equilibrado e preparado para responder a situações de crise".
Adicionalmente, a associação defendeu a necessidade de aumentar a capacidade renovável europeia, reforçando a redundância do sistema e garantindo que as redes acompanham a expansão das renováveis, de modo a que a transição energética aconteça de forma "segura e eficaz".
Por último, o terceiro eixo de atuação prende-se com o investimento nas redes elétricas e na sua gestão e administração, "para que sejam capazes de integrar volumes crescentes de produção renovável e responder sem falhas a variações rápidas no consumo e na produção de eletricidade".