
Incêndios: GEOTA alerta para a urgência de estabilização dos solos
A organização ambientalista GEOTA defende um plano de estabilização de emergência dos solos, na sequência dos incêndios no Norte e Centro do país, alertando que as chuvas previstas potenciam contaminações e resultam das alterações climáticas.
“Em primeiro lugar, há que desenvolver um plano de ações de estabilização de emergência. Obviamente que aqui temos outra agravante que é, na mesma semana em que acontecem os incêndios, estão previstas chuvas fortes”, afirmou Miguel Jerónimo, coordenador de projetos de reflorestação do Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente (GEOTA), citado pela Agência Lusa.
O especialista acrescentou que, tendo em conta o espaço temporal, é muito difícil de que as ações de estabilização “tenham efeito” antes das chuvas porque “são quase coincidentes” e, por isso, este cenário “é uma consequência de alterações climáticas”.
Considera fundamental “garantir que não temos fenómenos de contaminação dos solos pelas cinzas, as linhas de água, e não termos derrocadas”, bem como proteger um “bem essencial para o futuro, que é o solo”, pois a recuperação da catástrofe dos fogos só será viável olhando “para o solo” e conseguindo “trabalhá-lo”.
O GEOTA, sublinhou Miguel Jerónimo, “defende há anos a criação de um Plano Nacional de Solos”, numa ótica transversal, não só da questão dos incêndios, mas com a noção de que “sem um solo produtivo” não se consegue “fazer absolutamente nada”.