
Ministra espanhola revela primeiros dados sobre apagão que afetou Península Ibérica
A ministra da Transição Ecológica de Espanha, Sara Aagesen, apresentou esta quarta-feira, no Congresso dos Deputados, os primeiros dados oficiais sobre o apagão elétrico que atingiu a Península Ibérica no final de abril. Segundo noticiado pela Euronews, a origem do incidente teve início com falhas em três províncias espanholas: Granada, Badajoz e Sevilha.
As investigações apontam para duas oscilações de frequência e potência no sistema elétrico, registadas meia hora antes do apagão, às 12:03 e às 12:19, que estão a ser analisadas em detalhe. Estas oscilações coincidem com os relatórios preliminares da Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Eletricidade (ENTSO-E), referiu a Euronews.
A sequência de falhas teve início às 12:32 com uma perda numa subestação em Granada, seguida de outras em Badajoz e Sevilha, acumulando-se uma quebra de 2,2 gigawatts em apenas 20 segundos, o que desencadeou uma reação em cadeia. A ministra garantiu que “não foram encontrados indícios de ciberataque, o que é uma boa notícia”.
O processo de restabelecimento começou às 12:44, apenas 11 minutos após o início do apagão, com a criação de “ilhas elétricas” a partir da Andaluzia, Catalunha, País Basco e zona do Douro. A recuperação foi gradual: à meia-noite do dia 29 de abril, já estavam operacionais 529 subestações e 61% da procura estava coberta; às 4:00 da manhã, a rede atingia os 87%, e pelas 7:00, mais de 99% do fornecimento tinha sido reposto.
Em resposta a questões do Partido Popular, Aagesen assegurou que “o governo está a trabalhar com rigor, porque é isso que o povo espanhol merece: rigor e verdade”. A ministra rejeitou causas como problemas de cobertura, falhas de reserva ou inadequações nas redes. Sublinhou ainda a complexidade do sistema elétrico europeu, que classificou como “uma coreografia gigantesca com milhões de membros”.