
Negócios ligados ao lítio e hidrogénio alvo de investigação
O ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, foram esta terça-feira constituídos arguidos pelo Ministério Público (MP) no inquérito relacionado com os negócios do lítio e hidrogénio verde, revelou esta terça-feira a Procuradoria-Geral da República (PGR). O Primeiro-Ministro, António Costa, é alvo de uma investigação autónoma do Ministério Público num inquérito instaurado no Supremo Tribunal de Justiça, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR), tendo apresentado a sua demissão.
“O Ministério Público procedeu ainda à constituição como arguidos de outros suspeitos da prática de factos investigados nos autos, designadamente do Ministro das Infraestruturas e do Presidente do Conselho Diretivo da Agência Portuguesa do Ambiente”, indica uma nota da PGR, citando assim João Galamba e Nuno Lacasta nesta investigação.
De acordo com a PGR, estarão em causa os crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência.
A investigação visa as concessões de exploração de lítio nas minas do Romano (Montalegre) e do Barroso (Boticas), um projeto de central de produção de energia a partir de hidrogénio em Sines e o projeto de construção de “data center” desenvolvido na Zona Industrial e Logística de Sines pela sociedade “Start Campus”.
Cinco detidos e suspeitas de corrupção e prevaricação nos negócios do lítio e hidrogénio
O chefe de gabinete do primeiro-ministro, Vítor Escária, o presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, dois administradores da sociedade Start Campus e um consultor foram esta terça-feira detidos no âmbito da investigação aos negócios do lítio e hidrogénio verde.
A informação foi confirmada oficialmente pela Procuradoria-Geral da República (PGR) numa nota divulgada ao final da manhã, na qual justifica as detenções.
A PGR considera que se verificam “os perigos de fuga, de continuação de atividade criminosa, de perturbação do inquérito e de perturbação da ordem e tranquilidade públicas”.
Embora não sejam identificados todos os detidos, alguns meios de comunicação social já indicaram que o consultor é Diogo Lacerda Machado, advogado e empresário próximo do primeiro-ministro, enquanto os administradores da sociedade Start Campus de Sines serão Afonso Salema e Rui Oliveira Neves.
“Os detidos vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação”, refere ainda o comunicado, acrescentando: “Em causa poderão estar, designadamente, factos suscetíveis de constituir crimes de prevaricação, de corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e de tráfico de influência”.
Foram realizadas sob a direção do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) 17 buscas domiciliárias, cinco buscas em escritório e domicílio de advogado e 20 buscas não domiciliárias, nomeadamente, em espaços utilizados pelo chefe do gabinete do primeiro-ministro; no Ministério do Ambiente e da Ação Climática; no Ministério das Infraestruturas e na Secretaria de Estado da Energia e Clima; na Câmara Municipal de Sines e na sede de outras entidades públicas e de empresas.