
Novas tecnologias decisivas para diminuir impacto ambiental da agricultura, diz ministra do Ambiente
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, defendeu este sábado que a agricultura pode ter menos impacto ambiental se usar “todo o conhecimento científico disponível” e atribuiu as altas emissões dos transportes em Portugal ao “completo abandono da ferrovia”, noticiou a agência Lusa.
Maria da Graça Carvalho, que falava na abertura da 13.ª edição da Universidade Europa, uma iniciativa de formação política, foi questionada, num painel dedicado ao ambiente e clima, sobre o impacto na agricultura portuguesa das cada vez maiores exigências da União Europeia.
“Tem de ser feito um trabalho para modernizar e introduzir novas tecnologias nos diferentes setores. Muito foi feito já na indústria, está a ser feito nos transportes, um esforço semelhante tem de ser feito na agricultura. A agricultura pode ter um menor impacto no ambiente do que tem, se utilizar todo o conhecimento científico disponível”, disse.
A ministra do Ambiente e Energia salientou ainda que a prioridade do financiamento europeu para a agricultura vai ser precisamente esse: “Usar o conhecimento para menor impacto, porque é possível ter menor impacto”, disse.
Quanto ao passado recente neste setor, a ministra considerou que “Portugal tem feito um esforço meritório nas energias renováveis”, mas apontou domínios onde o país está “francamente mal”: “Temos 38% das emissões na área do transportes, quando a média europeia é de 28% - isto muito devido ao facto ao termos um completo abandono, ou muito abandono da ferrovia”, afirmou, prometendo que irá trabalhar com o atual ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, nesta área.
Ouras prioridades apontadas pela ministra passam pela redução da pobreza energética - alertando que terá de haver um “grande investimento privado e público” na melhoria da eficiência dos edifícios -, aumentar as taxas de reciclagem e melhorar a gestão da água, área em que assumiu “uma situação complicada”, com parte do Algarve e Alentejo já em situação de escassez permanente: “A primeira política é tentar reduzir o consumo, com o envolvimento das pessoas, reduzir as perdas e usar água residual reciclada por exemplo nos campos de golfe, jardins”, disse.
A este propósito, comprometeu-se em continuar o projeto do anterior Governo da dessalinizadora do Algarve, já com concurso aberto - “esperamos em breve tê-la a funcionar” – e em aproveitar “as barragens que existem e estão ainda subaproveitadas”: “Têm de ser a primeira prioridade e só depois de tudo isto pensar em coisas novas”, afirmou.