Previsões de recolha de biorresíduos dos municípios estão a ser cruzadas com dados do PERSU 2030, revela Duarte Cordeiro

De acordo com o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, paralelamente à discussão em curso sobre o PERSU 2030, encontra-se em desenvolvimento uma avaliação técnica dos estudos municipais sobre recolha e reciclagem de biorresíduos.

“As propostas e as previsões dos municípios no que respeita à recolha de biorrresíduos estão a ser cruzadas com as previsões do PERSU 2030, articulando-se com o poder local estratégias para o cumprimento das metas”, afirmou Duarte Cordeiro durante a inauguração da nova Central de Compostagem no Ecoparque de Trajouce, em Cascais, da Tratolixo.

Duarte Cordeiro afirmou ainda que diminuir a percentagem dos resíduos que seguem para aterro é “o grande desafio deste ciclo político”.

“Iniciou-se um caminho de devolução do aumento da taxa de gestão de resíduos aos municípios para o desenvolvimento de projetos em torno da recolha de biorresíduos. Pessoalmente, entendo que devemos prosseguir este caminho. Eventualmente até consignando no futuro a totalidade dos futuros aumentos para cada município diminuir a percentagem dos resíduos que seguem para aterro. Este é o grande desafio deste ciclo político, diminuir os resíduos que vão para aterro e fomentar e incentivar todas as soluções que nos permitam corrigir este problema”.

Nova central de compostagem da Tratolixo vai tratar a totalidade dos resíduos verdes produzidos anualmente na sua área de atuação

A TRATOLIXO inaugurou esta quinta-feira uma nova Central de Compostagem no Ecoparque de Trajouce, em Cascais, com uma capacidade anual para tratar 50 mil toneladas de biorresíduos provenientes de recolha seletiva. Esta permitirá o reforço da sua capacidade anual de tratamento de resíduos verdes e a produção de composto orgânico de elevada qualidade.

Segundo João Teixeira, presidente do Conselho de Administração da Tratolixo, estas 50 mil toneladas correspondem à totalidade dos resíduos verdes produzidos pelos quatro municípios abrangidos pela sua área de atuação: Oeiras, Cascais, Sintra e Mafra. “50 mil toneladas é a quantidade que recebemos anualmente e não é expectável que haja um aumento muito grande” nos próximos anos, adiantou ainda.

Com um investimento de mais de 5,2 M€, esta nova unidade representa um aumento de 88% da capacidade de tratamento da totalidade dos resíduos verdes produzidos e recolhidos na área de intervenção da TRATOLIXO (nos municípios de Cascais, Mafra, Oeiras e Sintra).

A construção da unidade, através da requalificação dos antigos parques de compostagem da Central Industrial de Tratamento de Resíduos Urbanos de Trajouce, comporta benefícios económicos e ambientais, pelo menor uso de recursos naturais de uma requalificação, face à demolição e construção de um novo edifício.

No âmbito desta requalificação, a TRATOLIXO, instalou ainda uma unidade de autoconsumo, baseada em painéis solares fotovoltaicos “e, uma vez que este processo de tratamento requer um quantitativo substancial de água para manutenção do teor ideal de humidade para o processo de compostagem, ir-se-á recuperar as águas pluviais para a rega das pilhas, recorrendo a caleiras instaladas nas coberturas que serão encaminhadas para um depósito que alimentará o processo”, esclarece ainda a nota de imprensa.