Refinaria de Sines da GALP mantém liderança no ranking de emissões de CO2 em Portugal
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Refinaria de Sines da GALP mantém liderança no ranking de emissões de CO2 em Portugal

A Refinaria de Sines da GALP manteve a liderança no ranking das instalações com maiores emissões de dióxido de carbono (CO2) em Portugal, de acordo com os dados da Agência Portuguesa do Ambiente, divulgados esta terça-feira pela ZERO - Associação Sistema Terrestre Sustentável.

Segundo a APA, em 2023, a refinaria emitiu cerca de 2,4 milhões de toneladas de CO2, o que equivale a quase 5% das emissões líquidas de Portugal no ano anterior. Apesar de uma redução de 14% nas emissões do Top 10 de poluidores entre 2022 e 2023, a refinaria de Sines continua a ter um peso significativo dos combustíveis fósseis na economia portuguesa.

Como escreve a ZERO, a GALP, empresa proprietária da refinaria, continua focada na exploração e produção de combustíveis fósseis, com investimentos neste segmento ultrapassando em cinco vezes os investimentos em energias renováveis. O relatório integrado de gestão de 2023 revela que 73% dos investimentos da GALP foram direcionados para o segmento upstream e midstream, enquanto apenas 13% foram alocados para renováveis e novos negócios, refletindo uma mudança de estratégia que preocupa ambientalistas.

Entre as principais alterações no ranking de 2023, destaca-se a entrada da TAP – Transportes Aéreos Portugueses –, que apresentou um aumento de 15% nas suas emissões em relação a 2022, o que evidencia, destaca a ZERO, o crescente impacto do setor da aviação no aquecimento global, especialmente considerando que apenas as emissões de voos dentro da União Europeia e Suíça foram contabilizadas.

As centrais de ciclo combinado a gás natural fóssil mantiveram as suas posições no ranking, mas com menores emissões devido ao maior peso da eletricidade produzida por fontes renováveis. A saída da Central de Ciclo Combinado do Ribatejo e da petroquímica REPSOL em Sines foi compensada pela entrada de unidades do setor cimenteiro e de processamento de calcário, ilustrando a mudança no perfil de emissões do país.

O total das dez unidades com maiores emissões poluentes mostrou uma redução de 14% entre 2022 e 2023, passando de 11,0 para 9,5 milhões de toneladas de CO2. Este declínio sugere uma ligeira redução no total de emissões de Portugal para o ano de 2023, que ainda está em fase de inventário.

O acompanhamento realizado pela ZERO é parte do projeto LIFE EFFECT, financiado pela Comissão Europeia, que visa promover uma participação mais ampla da sociedade civil nos processos de tomada de decisão e monitorização ambiental, bem como uma maior colaboração internacional para garantir que o Comércio Europeu de Licenças de Emissão favoreça o clima e as pessoas.

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