Riscos climáticos atingem níveis críticos em Portugal e sul da Europa, conclui Agência Europeia do Ambiente
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Riscos climáticos atingem níveis críticos em Portugal e sul da Europa, conclui Agência Europeia do Ambiente

Os riscos referentes ao calor extremo, como exposição a incêndios florestais e à seca, já estão em “níveis críticos” em Portugal e noutros países do sul da Europa, conclui a Agência Europeia do Ambiente num estudo publicado este domingo que representa a primeira avaliação europeia sobre os riscos climáticos, noticiou a agência Lusa.

No relatório são identificados 36 riscos climáticos na União Europeia (UE) e é indicado que “os riscos relacionados com o calor já atingiram níveis críticos no sul da Europa”, dadas as elevadas temperaturas “mais frequentes e mais intensas” nesta região, que abrange países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia.

“Algumas regiões da Europa são pontos críticos de múltiplos riscos climáticos. O sul da Europa está particularmente exposto ao risco de incêndios florestais e aos impactos do calor e da escassez de água na produção agrícola, no trabalho ao ar livre e na saúde humana”, elenca a Agência Europeia do Ambiente (EEA).

Dados da EEA apontam que três dos oito riscos na categoria de urgência máxima atingem elevada gravidade no sul da Europa, estando em causa fenómenos como vagas de calor e seca.

“Este aquecimento [atmosférico], bem como os seus efeitos mais potentes nos grupos mais idosos, expõe uma maior parte da população ao ‘stress’ térmico, especialmente no sul e no centro-oeste da Europa”, acrescenta a agência europeia.

No verão de 2022, por exemplo, entre 60 mil e 70 mil mortes prematuras na Europa foram atribuídas ao calor, apesar dos investimentos consideráveis em planos de ação sanitários relacionados com o calor.

“As temperaturas mais quentes também facilitam o movimento para norte dos vetores de doenças e a sua propagação para altitudes mais elevadas. O sul da Europa está agora suficientemente quente para que os mosquitos transmitam doenças anteriormente tropicais”, alerta a agência europeia.

Segundo esta primeira avaliação de sempre dos riscos climáticos na UE, “as políticas e ações de adaptação da Europa não estão a acompanhar o ritmo do rápido crescimento dos riscos”.

“Em muitos casos, a adaptação não será suficiente e, como muitas medidas para melhorar a resiliência climática exigem um longo período de tempo, poderá ser necessária uma ação urgente mesmo em relação a riscos que ainda não são críticos”, indica ainda o relatório.

As alterações climáticas, acentuadas pelas ações humanas, estão a afetar o planeta e, globalmente, 2023 foi o ano mais quente de que há registo, com a temperatura média global entre fevereiro de 2023 e janeiro de 2024 a exceder os níveis pré-industriais em 1,5ºC. A Europa é o continente que regista o aquecimento mais rápido do mundo.

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