ZERO apela a medidas ambiciosas para promover reutilização de embalagens

No Dia Mundial do Reenchimento, assinalado esta segunda-feira, a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável divulgou um conjunto de propostas para incentivar práticas de reutilização e apela a uma implementação ambiciosa do novo Regulamento Europeu de Embalagens e Resíduos de Embalagens. Num comunicado, a ZERO sublinha que a reutilização pode desempenhar um papel essencial na redução da poluição causada por embalagens descartáveis.

De acordo com dados do Eurostat citados pela organização, cada europeu gerou, em média, 186,5 kg de resíduos de embalagens em 2022, sendo que Portugal ultrapassou ligeiramente esse valor, com 188 kg por habitante. Estes números têm vindo a aumentar e, segundo a ZERO, é urgente atuar para cumprir as metas europeias: reduzir em 5% os resíduos de embalagens até 2030, 10% até 2035 e 15% até 2040, tendo como base o ano de 2018.

A ZERO considera prioritária a concretização de medidas já previstas na lei, como a obrigatoriedade de oferecer embalagens reutilizáveis no serviço de take-away, cuja entrada em vigor foi adiada para julho deste ano. No entanto, alerta que a Portaria necessária para regulamentar esta medida ainda não foi publicada. A associação defende ainda campanhas de sensibilização que expliquem os direitos dos consumidores, como o uso de recipientes próprios em lojas e restaurantes, e a disponibilização de água da torneira em estabelecimentos do setor da restauração.

Outras propostas incluem o reforço da fiscalização do cumprimento da legislação em vigor, o apoio à criação de lojas de venda a granel através do Fundo Ambiental e a promoção de sistemas de reutilização em eventos e festivais, com o objetivo de evitar que copos reutilizáveis sejam usados apenas uma vez. “É fundamental que os eventos estejam obrigados a garantir o retorno dos recipientes para posterior reutilização”, afirma a ZERO.

A associação termina o comunicado com sugestões práticas para os consumidores, como o uso de garrafas reutilizáveis, a compra a granel com embalagens próprias e o pedido de água da torneira nos restaurantes, apelando à mobilização individual como complemento à ação governamental.