Cascais vai testar forma mais eficiente de recolher orgânicos. Tema em debate no Fórum de Resíduos
ambiente

Cascais vai testar forma mais eficiente de recolher orgânicos. Tema em debate no Fórum de Resíduos

A recolha seletiva de resíduos orgânicos é um dos grandes temas do 12º Fórum Nacional de Resíduos, que decorre de 18 a 19 de abril, em Lisboa. A medida deverá passar a ser obrigatória, no âmbito da diretiva de resíduos ainda em discussão, e por isso as entidades gestoras equacionam várias formas de a incluir na sua estratégia. Cascais quer testar, já a partir de abril, a forma mais eficiente de o fazer. Para recolher os bioresíduos separadamente irá aproveitar o atual circuito de recolha de resíduos indiferenciados.

“Vamos distribuir sacos com uma cor diferenciadora para os munícipes colocarem os seus resíduos orgânicos, depositando-os depois no contentor de indiferenciados”, anuncia ao Água&Ambiente na Hora o presidente do Conselho de Administração da Cascais Ambiente, Luís Almeida Capão.

O facto de os sacos terem uma cor diferenciadora também irá facilitar o trabalho da Tratolixo, um dos parceiros do projeto, que poderá mais facilmente identificá-los e encaminhá-los para valorização orgânica nas instalações da empresa, onde serão transformados em biogás e composto.

Recorrer aos contentores coletivos já existentes para a recolha dos resíduos orgânicos é uma opção que poderá evitar vários inconvenientes face à recolha porta-a-porta com contentores específicos, analisa Luís Almeida Capão.

"Por um lado, evita-se a ocupação da via pública com mais um contentor, que com o vento está muito sujeito a ser derrubado. Por outro lado, evitamos pressionar mais o cidadão que teria de colocar os resíduos orgânicos em dias específicos", sublinha o responsável da Cascais Ambiente, que lembra que não serão necessárias adaptações do ponto de vista operacional, ao contrário do que acontece com a recolha porta-a-porta. 

Este projeto piloto não implica investimento em infraestruturas. A Cascais Ambiente apenas terá que garantir a compra dos sacos, o que que deverá ter um custo de cerca de 10 mil euros durante 12 meses.  

“Queremos testar esta solução durante um ano e verificar que vantagens pode trazer comparativamente aos contentores específicos ou recolha porta-a-porta”, explica.

A experiência avançará em Cascais integrada no projeto “Waste4think”. Este é um projeto financiado pelo H2020, que inclui outros parceiros europeus e que prevê a implementação de um PAYT (Pagar pelo Produzido) coletivo.

A distribuição dos sacos será feita em abril e coincidirá com as ações de sensibilização e operacionalização do "Waste4think", que abrangerá 2500 munícipes. Luís Capão está convicto de que a comunidade vai responder ao repto lançado. “Acho que estamos a começar a apanhar os frutos de 12 anos de sensibilização ambiental. Já notamos postura diferente por parte de jovens casais, que estão a responder muito bem aos nossos desafios”, ilustra.

No âmbito do projeto PAYT de Cascais, agora com a vertente dos resíduos orgânicos, a Cascais Ambiente pretende recompensar os munícipes, não de forma individual - já que o impacto na fatura da água seria mínimo - mas ao nível da comunidade. Para isso tem previstos 40 a 60 mil euros de investimento em equipamentos para a comunidade e ainda 20 a 30 mil euros em pontos que os munícipes podem acumular através da aplicação City Points de Cascais.

Os pontos aculumados podem ser trocados por atividades ou serviços municipais, descontos em produtos regionais e serviços de cuidados animais, entre outras possibilidades.

Outro projeto piloto da Cascais Ambiente será aplicado aos outros fluxos de resíduos. Nos ecopontos e nas ilhas ecológicas haverá um código para digitalizar (qr code) de forma a que o munícipe comunique dessa forma que reciclou. "Será mais uma forma inovadora de analisar o aumento de reciclagem, igualmente com reduzido investimento e de fácil implementação. uma vez que fará a ligação ao CityPoints de Cascais", realça Luís Almeida Capão. 

Cascais prepara-se assim para testar uma forma inovadora de recolher orgânicos aproveitando o sistema já montado. Outras estratégias para a recolha seletiva de orgânicos serão debatidas no 12º Fórum Nacional de Resíduos, onde esta discussão será aprofundada.

Topo
Este site utiliza cookies da Google para disponibilizar os respetivos serviços e para analisar o tráfego. O seu endereço IP e agente do utilizador são partilhados com a Google, bem como o desempenho e a métrica de segurança, para assegurar a qualidade do serviço, gerar as estatísticas de utilização e detetar e resolver abusos de endereço.